V REUNIÃO CIENTÍFICA DO IES – A RETOMADA DO DEBATE CIENTÍFICO DA OBRA DE FRANCISCO E EGON SCHADEN

 

Após um período de recesso, marcado pela ocorrência da pandemia e das obras de construção do Centro Cultural Egon Schaden, o IES retomou este ano a realização da Reunião Científica no dia 06 de setembro de 2025, das nove ao meio dia. Este evento tem sido marcado pelo debate em torno da vida e obra de Francisco e Egon Schaden – sobre as quais já se sabe bastante mas muito ainda resta por desvendar e trazer a público.

O evento deste ano ocorreu, como de costume, associado à Assembleia do IES, mas associou-se também, desta vez, ao evento de inauguração do Centro Cultural Egon Schaden – em cujo auditório foram realizados os trabalhos, tendo como endereço a Praça Egon Schaden n. 01 – São Bonifácio SC.

Com a coordenação de Pedro Martins, Diretor Científico do IES, um público muito qualificado pôde assistir e debater duas conferências.

A primeira conferência, apresentada por Paulo Astor Soethe, professor da Universidade Federal do Paraná e pesquisador em germanística, tratou do tema “Pluralidade linguística e efervescência intelectual: Francisco e Egon Schaden como sobreviventes e testemunhas das dinâmicas discursivas brasileiras em língua alemã”.

Nesta conferência repleta de relíquias do pensamento brasileiro, Paulo Soethe nos brinda com uma raridade que só estudiosos dedicados ao tema se dão conta. A informação confirmada por ele de que o grande João Guimarães Rosa, ao escrever sua obra seminal “Grande sertão: veredas”, utilizou a obra “A aculturação dos alemães no Brasil”, de Emílio Willems, para construir o personagem Emílio Wupes. Os estudiosos da citada obra de Emílio Willems sabem que Francisco Schaden contribuiu com a coleta de dados etnográficos para aquela obra – o que é demonstrado por Willems ao destacar e identificar diversas passagens do texto. Acrescente-se que Emílio Willems foi o orientador de doutorado de Egon Schaden, o que coloca Willems, os Schaden e todos nós que admiramos essas trajetórias no próprio “olho do redemoinho”.

A segunda conferência, apresentada por Miguel Bento, jovem pesquisador riograndense que se dedica ao estudo das línguas planejadas, abordou “A trajetória de Francisco e Egon Schaden no estudo, uso e divulgação das línguas planejadas esperanto, ido e volapük”.

Em sua exposição, sólida e cativante, Miguel Bento explorou o universo das línguas planejadas mostrando o contexto histórico do seu surgimento e as respectivas trajetórias, bem como os principais idealizadores e divulgadores desses projetos de unificação da comunicação humana. Destacou a participação de Francisco Schaden como um dos grandes divulgadores do Esperanto, principalmente, em Santa Catarina e no Brasil e mostrou como Egon Schaden já havia se envolvido no estudo e divulgação do esperanto na tenra idade de nove anos – não à toa tendo se tornado um falante e um divulgador dessas línguas planejadas. A documentação histórica e fotográfica levantada por Miguel Bento apontam para a riqueza de possibilidades de pesquisa – o que o leva a permanecer em São Bonifácio por 15 dias no intento de prospectar o Arquivo Egon Schaden em busca das preciosidades ali guardadas.

As duas conferências, magnificamente construídas e compartilhadas pelos expositores, impactaram muito positivamente os ouvintes que aderiram ao debate com entusiasmo.

A assembleia anual decidiu a data para a VI Reunião Científica do IES que será divulgada oportunamente.

Participantes da V Reunião Científica do Instituto Egon Schaden: Orlandy Orlandi, Renato Weber, Egon Luis Schaden, Miguel R. Bento, Enio Luiz Spaniol, Camilo Schaden Ghanem, João Francisco Kleba Lisboa, Marcos Neves, Pedro Martins, Armando Lisboa, Felipe Bruno Martins Fernandes, Verena Maria Buss, Rosane Schaden Preuss, Erica Schaden, Miriam Pillar Grossi, Teresa Kleba Lisboa, Maria Dorothea Post Darella, Aparecida Rocha Gonçalves, Paulo Astor Soethe, Tânia Welter, Gileno Schaden Fernandes Marcelino, Cleide Maria Nienkoetter.

Registros: Tânia Welter, Felipe Fernandes e Orlandy Orlandi

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